Afinal, quem manda na imprensa?

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Como assim? Ninguém manda na imprensa. Estamos falando do quarto poder. Vivemos em um país livre de ideias, com liberdade total de imprensa, ou seja, ninguém manda naquilo que é livre.
Calma, a pergunta não é um devaneio de uma ditadora descontrolada. A pergunta é apenas uma reflexão sobre como anda o movimento da imprensa na visão de uma Relações Públicas.
Sem titubear, eu teria a resposta à pergunta acima na ponta da língua. Ora pois, como dizem os nossos queridos portugueses, quem manda é a notícia e o leitor. Se é fato, é notícia. Se o leitor tem interesse, é notícia também.
Seria muito simples e objetivo, assim como os portugueses, se não estivéssemos falando de uma indústria que precisa de publicidade para viver, gerenciamento de ego para sobreviver e, muito mais do que isso, precisa de audiência, fama, pageviews e muito mais.
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A questão da publicidade e da interferência dos anúncios no conteúdo editorial já é velha e antiga e nem vou entrar nela neste post. Agora as questões de ego e audiência, estas sim ganham a cada dia um capítulo mais interessante que o outro.
Sou jornalista de formação, mas há sete anos me apaixonei pelo outro lado do balcão (como alguns dizem). Atuo na área de relações públicas e assessoria de imprensa, e observo cada vez mais que o vira notícia não necessariamente é fato e de interesse do leitor.
Quantas vezes observamos que o ego e a vaidade dos profissionais da imprensa falam muito mais alto que qualquer interesse de leitor? Quantas milhares de vezes, o fato nem tem tanta relevância, o bacana mesmo é o título “pegador de leitor”? Quantas e quantas vezes, a atenção para a apuração fica perdida completamente na necessidade de publicação rápida e enlouquecida. Quantas vezes, a vontade, os desejos, as preferências de quem escreve fica ano-luz à frente do que realmente é interessante para quem lê? E por fim, quantas milhares de vezes as notícias viram notícias por simplesmente serem mentiras?
É, meu caro leitor, fatos verídicos de uma imprensa livre, tão livre que se perde em sua própria liberdade.

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